Não poderia deixar de responder esta
pergunta de uma leitora tão especial! Porém o tema é complexo e ao mesmo tempo nobre.
Complexo porque lida com questões de
crenças religiosas e escolhi como resposta a teoria da reencarnação, que não é
aceita totalmente aqui no ocidente. Nobre porque trata de questionamentos
filosóficos existenciais: Quem somos, de onde viemos e para onde vamos? Poucos são
os cientistas e pesquisadores que buscam estas respostas, posso citar a
proeminente psiquiatra americana de origem suíça Elizabeth Kübler-Ross,
renomada tanatóloga de maior projeção científica no mundo. Elizabeth pesquisou
e descreveu as fases do processo da morte, também conhecido como desencarne.
Porém elucida sobre visão de luz, de continuidade da alma. Sugiro a todos leitores
o livro: Anatomia do Desencarne, de Cícero Marcos Teixeira, editora Kuarup.
Sobre o momento do nascimento busquei
contextualizar à luz da sabedoria tibetana, rosacruz e do kardecismo.
Diferentes culturas acreditam que a alma
ou espírito é quem escolhe o seu corpo físico, por meio da intenção ou atração,
assim também escolhem quem serão seus pais. Segundo tradição milenar dos tibetanos
registrada no Livro dos Mortos ( Bardo Thodol), escrito no século XIV, afirma
que a consciência ou espírito desencarnado, devido o karma ( Isto é causa e
efeito) gravita, por meio da intenção consciente ou da atração inconsciente em
torno das energias geradas na união sexual dos seus futuros pais. Quando a
ligação física causa a fecundação do óvulo, um lento processo de união se inicia
entre a consciência desencarnada (ou
alma) e seu futuro corpo físico que está sendo gerado. A filosofia clássica e a
medicina chinesa descrevem essa fusão biológica como a união de duas coisas: O
QI e a essência (Jing) dos pais. O termo “essência “ refere-se à matriz biológica
no interior do espermatozoide e do óvulo visíveis que determina o tipo de corpo
herdado, incluindo o metabolismo, a vitalidade basal, o DNA e todas as demais
qualidades físicas. Em contraste, o Qi – chamado de Qi original ( Yuan qi)—refere-se
à singular força vital na linhagem ancestral do individuo na espécie humana em
geral. O Qi original também transmite certas características coletivas de
importância psicológica, tais como o conhecimento instintivo necessário à
sobrevivência e alguns aspectos de nossa constituição emocional.
A alma desencarnada, carrega seu
próprio padrão kármico, acabará por
animar e dar verdadeira vida a forma ao corpo material do feto em
desenvolvimento. ( Arnie Lade, 1998).
Segundo a tradição oral e escrita da Antiga
e Mística Ordem Rosacruz a alma
incorpora ao corpo físico no momento da sua primeira inspiração e
deixa-o na última exalação.
“A
reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo
especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo.” ("Evangelho Segundo o
Espiritismo" - 106a Ed.
- Cap. IV - Nascer de Novo - Item 4 - Pág. 84. Portanto conclui-se que a reencarnação é
momento do nascimento.
Segundo o kardecismo — A união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do
nascimento. Desde o momento da concepção, o Espírito designado para tomar
determinado corpo a ele se liga por um laço fluídico, que se vai
encurtando cada vez mais, até o instante em que a criança vem à luz; o grito que
então se escapa de seus lábios anuncia que a criança entrou para o número dos
vivos e dos servos de Deus.
Elucidando a pergunta, entende-se que;
é a alma quem decide quando irá reencarnar
e escolhe o seu corpo físico, seus pais e sua família. Do contrário que pensam muitos, a alma que
necessita de um corpo físico para sua proteção e dar sequencia a sua evolução
moral, intelectual e espiritual.
Para nós Astrólogos o momento do
nascimento é um instante único, imantando de vibrações cósmicas com padrões de
energias sutis. O Mapa Natal, vulgo “Mapa Astral’’ trata-se do registro deste instante do
nascimento e diz muito sobre a energia do nativo. Em Eclesiastes 3.1 diz: Há tempo de nascer e tempo de morrer.
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