quinta-feira, 8 de setembro de 2022

MAPA NATAL : A MANDALA QUE REVELA A PSIQUE


Por: Randler Michel*

 

O Mapa Natal, no popular Mapa Astral é uma Gestalt. Também uma mandala. (FREITAS; CARLOS1990). O termo Gestalt, oriundo da língua alemã, é utilizado globalmente por não ter correspondência em outras línguas que substitua de maneira adequada.

A teoria da Gestalt, desenvolvida no início do século XX pelos filósofos Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler,  na Alemanha e na Austrália, a partir de ideias que se contrapunham à psicologia tradicional da época, principalmente à psicanálise e ao behaviorismo.  A escola da Gestalt apresenta importantes contribuições para o entendimento do ser humano no tange a sua subjetividade, sustentando uma nova forma de pensar e entender os fenômenos psicológicos.

A Gestalt propõe que: uma análise das partes isoladas nunca pode proporcionar uma compreensão do todo, uma vez que esse todo é definido também- e principalmente- pelas interações e interdependências das partes que o compõem, as quais nunca se mantêm as mesmas ao serem submetidas a diferentes inter-relacionamentos.  Assim, tratando-se da psicologia da Gestalt, pode-se entender que a teoria está relacionada à ideia de uma unidade de sentido, de uma organização. (TENUTA; LEPESQUER, 2011).

A Gestalt demonstra uma concepção holística, tal como o astrólogo demonstra na análise do Mapa Natal, ou seja, considera os aspectos globais ou totalitários para análise das partes e do todo.  Diante do Mapa Natal: as partes constituintes, mesmo que teoricamente tenham seus significados isolados e relativamente precisos (simbolismo dos planetas nos signos, nas casas, aspectos entre planetas, ângulos do mapa, partes arábicas etc.) ao se relacionarem todos esses simbolismos, adquirem atributos e manifestam caraterísticas altamente individualizadas, de pessoa para pessoa, pois é quase rigorosamente impossível duas pessoas, nascidas no mesma data, hora e local apresentarem o mesmo significado subjetivo da análise do Mapa Natal.

Freitas, Carlos 1990 na sua obra:  O simbolismo astrológico e a psique humana, faz a afirmação inicial, lembrando que: “mandala” em sânscrito, significa “círculo” ou “centro”; e na tradição oriental, os mandalas, geometricamente dispostos e desenhados, eram utilizados como um artifício, para concentrar a mente, de modo a permitir que ela fosse além de seus limites habituais. Ocorre o mesmo com o Mapa Natal, vulgo Mapa Astral. Enfatizo que: o zodíaco, o elemento simbólico presente no Mapa Natal, literalmente é um “círculo de animais”, ou no seu significado mais primário, o “círculo da vida” constituído pelos 12 signos.

O Mapa Natal quando utilizado com propriedade, ferramenta de autoconhecimento, permite ao indivíduo concentrar a sua percepção e consciência sobre si mesmo e sobre suas tarefas de crescimento, o que tende a facilitar o que Carl Jung, denominou de processo de individuação ( ou integração interna ). Como Rosacruz, vou mais além, o processo de expansão de consciência.

O inconsciente determina o destino, disse Carl Gustav Jung, ao falar do papel dos arquétipos em sua obra sobre as raízes do inconsciente: em cada psique há prontidões vivas, formas que embora inconscientes, não são menos ativas, e que moldam de antemão e influenciam o seu pensar, sentir e atuar.

O que é senão o Mapa Natal, rico em imagens arquetípicas? E são essas imagens que de desvelam as inclinações básicas da psique individual, e voltando a Gestalt ou retornando à influência de pai e mãe durante a primeira infância na formação de imagens internas inconscientes, como já afirma a psicanálise, os arquétipos “recebem combustível ou sustância” e em cada estrutura familiar específica. Dito isso, dá para compreender melhor a ideia de que inconsciente determina o destino, e que o Mapa Natal, carrega nos seus símbolos a semente dessa ideia.

O inconsciente determina o destino, na medida que o impele a viver compulsivamente certos tipos de eventos, circunstâncias, predefinidos como que num script, no roteiro de vida. E como astrólogo lhe digo, estão tão bem sinalizados no Mapa Natal, tal como numa matriz, bastando apenas ser trazida para a luz da consciência.

 

Referências:

FREITAS,LUIZ CARLOS TEIXEIRA DE; O simbolismo astrológico e a psique humana, Círculo do Livro, pag.51, 1990.

TENUTA,A.M; LEPESQUER,M. Aspecto da afiliação epistemológica da Linguística Cognitiva à Psicologia da Gestalt: percepção e linguagem. Ciência e Cognição, v.16, n.2, 2011.

*Randler Michel Frater Rosacruz, astrólogo, terapeuta, psicanalista, pós-graduado em psicanálise e psicologia.

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