Por: Randler Michel*
O Mapa Natal, no popular Mapa
Astral é uma Gestalt. Também uma mandala. (FREITAS; CARLOS1990). O termo Gestalt,
oriundo da língua alemã, é utilizado globalmente por não ter correspondência em
outras línguas que substitua de maneira adequada.
A teoria da Gestalt, desenvolvida
no início do século XX pelos filósofos Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang
Köhler, na Alemanha e na Austrália, a partir
de ideias que se contrapunham à psicologia tradicional da época, principalmente
à psicanálise e ao behaviorismo. A escola
da Gestalt apresenta importantes contribuições para o entendimento do ser
humano no tange a sua subjetividade, sustentando uma nova forma de pensar e entender
os fenômenos psicológicos.
A Gestalt propõe que: uma
análise das partes isoladas nunca pode proporcionar uma compreensão do todo, uma
vez que esse todo é definido também- e principalmente- pelas interações e interdependências
das partes que o compõem, as quais nunca se mantêm as mesmas ao serem
submetidas a diferentes inter-relacionamentos.
Assim, tratando-se da psicologia da Gestalt, pode-se entender que a
teoria está relacionada à ideia de uma unidade de sentido, de uma organização.
(TENUTA; LEPESQUER, 2011).
A Gestalt demonstra uma
concepção holística, tal como o astrólogo demonstra na análise do Mapa Natal,
ou seja, considera os aspectos globais ou totalitários para análise das partes
e do todo. Diante do Mapa Natal: as
partes constituintes, mesmo que teoricamente tenham seus significados isolados
e relativamente precisos (simbolismo dos planetas nos signos, nas casas,
aspectos entre planetas, ângulos do mapa, partes arábicas etc.) ao se relacionarem
todos esses simbolismos, adquirem atributos e manifestam caraterísticas altamente
individualizadas, de pessoa para pessoa, pois é quase rigorosamente impossível
duas pessoas, nascidas no mesma data, hora e local apresentarem o mesmo significado
subjetivo da análise do Mapa Natal.
Freitas, Carlos 1990 na sua
obra: O simbolismo astrológico e a
psique humana, faz a afirmação inicial, lembrando que: “mandala” em sânscrito,
significa “círculo” ou “centro”; e na tradição oriental, os mandalas,
geometricamente dispostos e desenhados, eram utilizados como um artifício, para
concentrar a mente, de modo a permitir que ela fosse além de seus limites
habituais. Ocorre o mesmo com o Mapa Natal, vulgo Mapa Astral. Enfatizo que: o
zodíaco, o elemento simbólico presente no Mapa Natal, literalmente é um “círculo
de animais”, ou no seu significado mais primário, o “círculo da vida” constituído
pelos 12 signos.
O Mapa Natal quando utilizado
com propriedade, ferramenta de autoconhecimento, permite ao indivíduo concentrar a sua percepção e consciência
sobre si mesmo e sobre suas tarefas de crescimento, o que tende a facilitar o que
Carl Jung, denominou de processo de individuação ( ou integração interna ). Como
Rosacruz, vou mais além, o processo de expansão de consciência.
O inconsciente determina o
destino, disse Carl Gustav Jung, ao falar do papel dos arquétipos em sua obra
sobre as raízes do inconsciente: em cada psique há prontidões vivas, formas que
embora inconscientes, não são menos ativas, e que moldam de antemão e influenciam
o seu pensar, sentir e atuar.
O que é senão o Mapa Natal,
rico em imagens arquetípicas? E são essas imagens que de desvelam as
inclinações básicas da psique individual, e voltando a Gestalt ou retornando à influência
de pai e mãe durante a primeira infância na formação de imagens internas
inconscientes, como já afirma a psicanálise, os arquétipos “recebem combustível
ou sustância” e em cada estrutura familiar específica. Dito isso, dá para compreender
melhor a ideia de que inconsciente determina o destino, e que o Mapa Natal,
carrega nos seus símbolos a semente dessa ideia.
O inconsciente determina o
destino, na medida que o impele a viver compulsivamente certos tipos de eventos,
circunstâncias, predefinidos como que num script, no roteiro de vida. E como
astrólogo lhe digo, estão tão bem sinalizados no Mapa Natal, tal como numa matriz,
bastando apenas ser trazida para a luz da consciência.
Referências:
FREITAS,LUIZ CARLOS TEIXEIRA
DE; O simbolismo astrológico e a psique humana, Círculo do Livro, pag.51, 1990.
TENUTA,A.M; LEPESQUER,M. Aspecto
da afiliação epistemológica da Linguística Cognitiva à Psicologia da Gestalt:
percepção e linguagem. Ciência e Cognição, v.16, n.2, 2011.
*Randler Michel Frater Rosacruz,
astrólogo, terapeuta, psicanalista, pós-graduado em psicanálise e psicologia.
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