Freud na sua segunda tópica do aparelho psíquico nos apresentou o id, ego e superego como forças fundamentais que governam nossos comportamentos.
O id é a camada mais primitiva e instintiva da mente. Ele funciona de forma inconsciente e está relacionado às nossas pulsões básicas, como fome, sede, sexo e agressividade. O id opera sob o princípio do prazer, buscando satisfação imediata dos nossos desejos e pulsões sem considerar regras sociais ou suas consequências.
O ego atua como mediador entre os desejos do id, as exigências do superego e a realidade. Ele opera de forma consciente e racional, baseado no princípio da realidade. A função do ego é equilibrar os impulsos instintivos do id com as regras e normas sociais, garantindo a adaptação ao mundo externo.
O superego é a instância moral da mente, formada pelos valores e normas internalizados durante a infância, como consequência da influência dos pais, religião e da sociedade. Ele representa a nossa consciência, julgando ações e pensamentos, e impondo sentimentos de culpa ou orgulho.
Recorrendo a transdisciplinaridade o id, relacionado aos impulsos instintivos, encontra ecos no corpo astral, onde emoções e desejos intensos ressoam. A teoria teosófica, entretanto, amplia esse entendimento ao considerar que os desejos não nascem apenas do inconsciente, mas também das energias acumuladas no corpo causal. Esse corpo, na visão teosófica, é o portador de registros cármicos que moldam os desafios e oportunidades que atraímos nesta e noutras vidas. O que percebemos como aspirações ou talentos inatos pode ser reflexo direto de aprendizados passados, armazenados e ativados pelo corpo causal.
A conexão com mentores espirituais, segundo a teosofia e o espiritismo kardecista, ocorre através do corpo astral e mental. O corpo astral, carregado de emoções e energias, funciona como ponte entre o plano físico e espiritual, enquanto o corpo mental organiza e traduz essas influências em pensamentos, inspirações e ideias conscientes. Os nossos mentores podem nos inspirar, intuir ou até mesmo proteger, mas também existem influências negativas, conhecidas como obsessões espirituais. Kardec descreveu como pensamentos obsessivos e interferências de espíritos desencarnados afetam os corpos sutis, gerando desequilíbrios emocionais e comportamentais. Nesse caso, o antídoto está no fortalecimento moral e a prática de valores espirituais são cruciais para restaurar o equilíbrio, simbolizado pelo superego.
O corpo causal, como o mais elevado entre os corpos sutis humanos, não apenas registra nossos propósitos de vida, mas também serve como um imã energético, atraindo experiências necessárias para nossa evolução espiritual. As situações e desafios que enfrentamos não são meras coincidências, mas são cuidadosamente alinhados às vibrações do corpo causal, de acordo com a lei do karma. Nossa capacidade de interpretar esses eventos e responder a eles depende do alinhamento entre os corpos astral e mental, além do desenvolvimento da nossa conexão espiritual.
Integrar essas perspectivas – freudiana, teosófica e kardecista – permite uma compreensão mais profunda da complexa interação entre mente, energia e espiritualidade. Não somos apenas produtos de impulsos inconscientes ou influências externas, mas sim seres em constante processo de aprendizado e evolução, guiados por forças que transcendem o plano físico.
Referências Bibliográficas:
Freud, Sigmund. O Ego e o Id. Imago, 1923.
Besant, Annie. A Sabedoria Antiga. Ed. Pensamento, 2015.
Leadbeater, C. W. O Plano Astral. Ed. Teosófica, 1992.
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Ed. FEB, 1857.
Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. Ed. FEB, 1861.
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