sábado, 11 de janeiro de 2025

O CORPO CAUSAL : O REGISTRO DAS NOSSAS REENCARNAÇÕES

 Por: Randler Michel

I.K. Taimni, em sua obra "Autocultura à Luz do Ocultismo", oferece uma visão aprofundada sobre  estudos do corpo físico/ etérico, astral, mental,  buddhico, átmíco, anupadaka e adi. O tema de hoje a visão de  Taimni,  sobre o corpo causal. Esse é um conceito fascinante e profundo dentro da teosofia, que aborda as impressões kármicas e a evolução espiritual. Preparem-se para uma leitura enriquecedora pelo universo da nossa essência espiritual! Corpo causal é uma das camadas mais sutis e elevadas da aura humana. De acordo com a teosofia, a aura possui várias camadas,  cada uma correspondendo a diferentes aspectos da nossa  expansão de consciência e de existência.

Corpo Físico: Este é o corpo tangível e material que habitamos. É o veículo mais denso e serve como a base para as experiências terrenas. A autocultura no nível físico inclui práticas como a  boa higiene, a dieta e o exercício físico equilibrado.

Corpo Astral (Emocional): Este corpo é responsável pelas nossas emoções e desejos. As práticas de autocultura neste nível envolvem o controle das emoções e a purificação dos desejos. O corpo astral é intermediário entre o físico e o mental, influenciando ambos.

Corpo Mental (Inferior e Superior): O corpo mental inferior está relacionado aos pensamentos racionais e lógicos, enquanto o corpo mental superior lida com ideias abstratas e intuições. O desenvolvimento desses corpos através da autocultura inclui o cultivo da disciplina mental e da clareza de pensamento.

 Corpo Búdico: Associado à intuição espiritual e à compaixão. É um corpo mais elevado que nos conecta com a sabedoria universal e o amor incondicional. A autocultura no nível búdico envolve o cultivo de virtudes como a empatia e a compreensão profunda.

Corpo Átmico: Representa a unidade com o divino e a nossa essência espiritual mais elevada. Este corpo é o veículo da realização espiritual e da autotranscendência. Práticas de autocultura neste nível incluem a meditação profunda e a entrega espiritual.

Corpo Causal: Tema deste estudo, o corpo causal armazena as impressões kármicas e as experiências acumuladas ao longo de várias vidas. Ele é visto como um repositório das memórias de vidas passadas e do Eu superior. A autocultura direcionada ao corpo causal visa a purificação kármica e a evolução espiritual contínua.

Corpos Anupadaka e Adi: Estes corpos são os mais elevados e sutis, geralmente associados a níveis de existência além da compreensão humana comum. O corpo Anupadaka está relacionado à consciência universal não-manifestada, e o corpo Adi à fonte primordial de tudo.

O corpo causal, também conhecido como o corpo da alma, é um conceito esotérico que se refere ao veículo superior de consciência que abriga as sementes kármicas e as impressões acumuladas ao longo de várias vidas. O veículo de consciência em nossa constituição interna, órgão do pensamento abstrato, é o corpo causal. É verdade que usamos o cérebro para o nosso pensamento abstrato, mas o cérebro é um mero instrumento que reproduz palidamente em nossa consciência física as vibrações inicialmente produzidas no corpo causal. Essas vibrações são refletidas de veículo para veículo até aparecerem no cérebro físico, perdendo na transmissão muito de sua intensidade e clareza.

Taimni argumenta que o corpo causal é a chave para a evolução espiritual do indivíduo. Ele descreve como, através da prática da autocultura e do desenvolvimento espiritual, podemos purificar e fortalecer esse corpo. A autocultura, segundo ele, não é apenas o cultivo de virtudes e habilidades, mas um processo de autotransformação profunda que envolve a integração da personalidade com o Eu superior. Carl Gustav Jung,  na sua obra O Homem e seus símbolos de modo semelhante,  entendeu este  processo  como individuação, o desenvolvimento do self a partir da integração consciente de elementos inconscientes da psique. Este processo é essencial para alcançar a realização plena e a autorrealização. Jung acreditava que a individuação nos leva a um estado de totalidade e equilíbrio, onde reconhecemos e aceitamos todas as partes de nós mesmos.

A formação do corpo causal marca o nascimento da alma humana , e daí em diante a alma segue o processo da evolução humana de acordo com as leis da reencarnação e do Karma. Como resultado da evolução humana, as qualidades que jaziam em condição germinal na alma vão despertando a latência para a potência, e o homem passa da condição de selvagem à civilização e desta para o homem perfeito. Em gradual desenvolvimento das características humanas e divinas é marcado pelo desenvolvimento paralelo do corpo causal, que se mostra pelo aumento do tamanho da sua aura, o aparecimento de faixas de cores brilhantes e uma intensificação geral da luminosidade da aura. O crescimento do corpo astral é semelhante ao de uma árvore que todos os anos, no outono deixa cair suas folhas  depois de transferir a seiva para os ramos e, na primavera, cria folhas que absorvem o alimento extraído da atmosfera,

O corpo causal serve como repositório não só da quintessência das experiências da personalidade- alma  em diversas encarnações e das faculdades desenvolvidas através delas, mas também do bom e do mau Karma que   tenhamos criados  durante nossas reencarnações. Essas permanecem como  impressões ou sementes no corpo causal e aos poucos frutificam e determinam as condições das vidas futuras. Toda alma é destinada a ser individualmente única. E seu crescimento é determinado parcialmente por essa unicidade que de maneira misteriosa, já está presente na Mânada eterna, o Plano divino, como é sugerido na máxima: tomai-vos aquilo que já sois

O autor enfatiza a importância da meditação e da prática regular de disciplinas espirituais como meio de acessar e desenvolver o corpo causal. Ele explica que, ao sintonizar nossa consciência com o nível causal, podemos superar as limitações impostas pelo corpo físico e pelas emoções, alcançando uma compreensão mais profunda da nossa verdadeira natureza.

Em resumo, I.K. Taimni nos convida a ver o corpo causal como um componente essencial da jornada espiritual. O desenvolvimento desse corpo, através da autocultura, é visto como um passo crucial para a realização do potencial divino que reside em cada um de nós. A obra "Autocultura à Luz do Ocultismo" nos oferece ferramentas e insights valiosos para essa busca incessante de autoconhecimento e iluminação.

Referências Bibliográficas:

·        Jung, C. G. O Homem e Seus Símbolos. Tradução de Roberto Raposo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

·        Taimni, I. K. Autocultura à Luz do Ocultismo. Editora Teosófica, 1976.

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